sexta-feira, julho 13, 2007

Crônicas

Eis um gênero que tenho aprendido a gostar. Gostar não é bem o termo, porque isso eu já sentia. Eu tenho aprendido é a admirar.

Às vezes uma cena tão cotidiana gera um texto belíssimo, cheio de sentimentos, mesmo que em poucas palavras.

Outro dia vi uma cena que poderia render uma boa crônica, se soubesse como fazê-la. Eu estava no ônibus quando ao lado parou outro coletivo. Neste, havia uma bela mão feminina para o lado de fora. Porém, logo atrás, havia uma mão masculina, também do lado de fora, extremamente suja.


Quando olhei para os seus respectivos donos, o choque foi grande. A primeira era uma menina, tão linda quanto a mão. O segundo era um mendigo. Dava pena só de olhar para o seu rosto abatido.


Eu fiquei pensando: que contraste! Na mesma condução duas pessoas tão diferentes, mas ao mesmo tempo com uma semelhança que me chamou a atenção, as mãos.


Um Rubem Braga ou um Fernando Sabino fariam miséria com o que senti, se tivessem percebido o mesmo. Pena não ter eu essa capacidade.

Um ótimo final de semana.