domingo, novembro 26, 2006

Fred

Meus afilhados, João e Marina, ganharam um cachorrinho. O nome dele é Fred. É daquela raça da propaganda de amortecedor de carros, que muitos chamam de cachorro-lingüiça. Ele já veio adulto. Parece que alguém ia se mudar para um lugar onde não se pode ter cachorro e como meus afilhados estão se mudando de um apartamento para uma casa uniu-se o útil ao agradável.

No começo a adaptação foi difícil. Ele vivia avançando na Marina. Ela coitada, já morre de medo de tudo, do cachorro então... hehehe. Mas ele não mordia, só avançava, fazendo jus àquele ditado: cão que ladra não morde.

Sua primeira tarefa foi bem cumprida. O gato da vizinha vivia fazendo suas necessidades na casa deles. Assim que o achorro chegou a farra acabou. Ainda bem, porque o cheiro estava insuportável. O gato agora está "cantando" em outra freguesia. rs...

Como eles ainda não se mudaram, o Fred está sozinho na casa. No primeiro dia ele fugiu. Um monte de gente saiu para procurá-lo. Sabem onde ele foi parar? Numa favela que tem por perto da casa. Imagina o pai dos meus afilhados tendo que entrar na favela para buscar o cachorro. Sensacional. hahahaha

Depois da fuga, colocaram uma porta de madeira para que ele não chegasse até a frente da casa, onde tem um banco de cimento que o permite pular o muro. O bichinho roeu a porta e só não fugiu porque uma grande farpa entrou no céu da boca. O pior é que como ele está sozinho, só foram descobrir no outro dia. Os vizinhos disseram que o animalzinho chorou a noite inteira. Ele também não comeu nada em virtude do ferimento.

Aí começou a jornada da minha prima, mãe das crianças. Ela precisava do dinheiro para pagar o veterinário. Foi a três agências do Bradesco(eca!) e em todas não havia um caixa eletrônico funcionando. Como pode em pleno fim de semana o caixa eletrônico de três agências não funcionar? Eita banquinho de m...

Foi então na SUIPA¹. Não sei se ela existe em outros Estados, mas aqui no Rio ela é bem famosa na luta pelos direitos dos animais. Lá também se cobra pelas consultas, mas como é uma entidade sem fins lucrativos ela achou que cuidariam do Fred mesmo sem o pagamento. Achou...

Foi a maior enrolação. Primeiro as veterinárias de plantão não quiseram atender. Depois foram procurar saber se poderiam. Aí veio uma das diretoras da entidade e ao ver o cãozinho deu o maior esporro nas doutoras. Disse que era um absurdo um animal chegar lá com um toco de madeira cravado na boca e ainda se perguntarem se podiam ou não tratá-lo. Ela ainda fez com que ele passasse à frente dos outros animais e fosse atendido imediatamente.

Claro que foi preciso deixar alguma garantia de que a consulta seria paga na 2ª feira seguinte, mas mesmo assim a responsável pela entidade foi bastante sensível. O estômago do bichano também agradeceu. Depois de mais de 24 horas sem comer ele encheu a pança. hahahaha.

Hoje a porta que segura o Fred é de ferro. Essa ele não roeria nem que tomasse bomba. Do jeito que ele é agitado, acho que vou ter muitas histórias para contar aqui.

Uma ótima semana a todos.
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¹ Sociedade União Internacional Protetora dos Animais